Escrevo em um dia frio.

Um dia em que talvez nada aconteça mas apesar disso, indo contra o regulamento dos dias frios e cinzas, muitas coisas aconteceram.

Muitas? ou uma, unica e repetitiva?

Repetir um erro; Reconhecer a repetição. E repetir.

Da vontade de gritar um palavrão no meio do nada, em um lugar alto, talvez o mais alto da minha cidade, arrancar da garganta, do coração, da dor de barriga oque chateia.

Deixar ir embora pelo ralo do banheiro, na hora do banho.. quentinho para esses dias de frio.
Ja falei sobre esperar, ja falei sobre se inconformar com as coisas e sobre acabar se conformando, até porque né.. temos no maximo uns 50 anos ai pra viver, e perder tempo com essas tristezinhas não faz sentido. Faz menos ainda depois de um tempo de conformação, ja percebeu?

Foda, seria muito mais facil simplesmente deixar...

Se queres ir, então vá!

Mas eu não quero que vá, não quero que nao seja meu; e da onde eu tirei essa ideia de posse?

da onde eu tirei a ideia de que as coisas precisam ser da minha forma?

e são horas e horas de perguntas que eu repito pra mim mesma antes de dormir e bem antes de acordar com o coração na boca e a cabeça naquele pesadelo terrivel, que mas parecia em carne e osso, como se eu fosse levantar da cama e socar pessoas.

E quem me dera... rs

No final das contas, a dor foi real.. do sonho fez-se um sentimento do famoso 'pé atras'

O pé atras com as pessoas, com os lugares ja visitados..

Muito embora eu tenha a fiel certeza de que meu inconsiente tem algo pra me dizer, me alertar;

Como um sinal de aviso... 'o seu trem ja vai partir'

Cuidado com o vão entre o trem e a plataforma.

Será? estou ou não nesse vão? e da tempo de levantar correndo , subir.. segurando a mão de alguem, pra cima, e la em cima dar risada do que aconteceu..

Porque é o que dizem ' ah, vamos rir disso depois '

Rir é um cazzo, eu quero rir antes, durante e depois; o gozo final nao precisa ser o melhor;

São apenas uns minutos que eu quero, calma.. muita calma;