quarta-feira, 12 de maio de 2010

Deitou na rede. Um cobertor, um livro e uma música.
Pensou em coisas que talvez na correria do dia não pensaria. Ou que com certeza não pensaria.
Tanto faz,
a expressão sempre seria a mesma, o descaso, o desgosto.
O aparelho com problema repete por um tempo a mesma parte da música. Instrumental, não se reparavam esses detalhes. Apenas o som, o violão, o batuque...
Não ser como o resto das pessoas nunca fora um problema. A cor diferente.
Sempre andando na contra mão.
Deixou escapar um pensamento, em voz alta.. ' eu não ligo se não me encaixo '
As vezes até se perguntava porque questionava tanto esse fato, se só não era e pronto.
Abriu o livro e leu:

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

Mario Quintana sempre encantava e fazia muito sentido em dias como esses.
Me ame baixinho, susurrou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário